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Oficina debate questão étnico-racial no Serviço Social marca agenda do mês de maio do CRESS Alagoas

22/05/2023 às 20h22

Organizada pelo Comitê de Combate ao Racismo do CRESS Alagoas, a oficina “Por que o debate da questão étnico-racial na formação, trabalho e pesquisa em Serviço Social?”, reuniu assistentes sociais, docentes, funcionários e assessorias do Conselho na última quinta-feira (18), no Auditório da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (FSSO/UFAL).

Conduzida pela professora Maria Helena Elpídio, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), a oficina abordou a formação social brasileira, a partir do debate étnico-racial, e seus desdobramentos e aspectos na atualidade.

“A forma social racista garantirá os elementos para a a manutenção do sistema capitalista, o racismo é uma questão estrutural”, comentou a professora. “Esse é um debate necessário para a nossa categoria, para começarmos inclusive a refletir sobre as novas possibilidades de auto-organização da classe trabalhadora que passa, necessariamente, pela organização da população negra”.

Dialogando sobre os aspectos do tema racial na formação profissional, Maria Helena destaca a necessidade do tema ser transversal nas disciplinas dos Cursos de Serviço Social. “Não temos que estudar a questão étnico-racial só pelo fato de que a maior parte da população usuária é negra, para não cairmos na tecnificação da nossa profissão. Precisamos incorporar esse tema e essas lutas pois somos parte dessa classe trabalhadora e pelo nosso compromisso com essa classe, o debate não pode ser tangenciado apenas pelas estatísticas”, refletiu.

A partir dessas provocações, a oficina abordou ainda os tipos de racismo e seus desdobramentos na sociedade. Passando pelas definições de Silvio Almeida (2019), Maria Helena destacou o Racismo Individual, identificado pela relação com a subjetividade, moralismo e comportamento; o Racismo Estrutural, que transcende o âmbito individual, vinculado expressamente com as questões econômicas, constituído a partir das relações sociais; e o Racismo Institucional, como resultado do funcionamento das instituições que atuam na dinâmica social e reproduzem o racismo como parte de sua estrutura para manutenção de privilégios e vantagens com base na raça.

A facilitadora abordou ainda uma série de expressões do racismo na sociedade e de como eles precisam ter diálogo com a formação, o trabalho e a pequisa em Serviço Social. Entre as questões levantadas, Elpídio sinalizou a necessidade de pensar o Serviço Social a partir de três dimensões articuladas entre si, que aprofundem e possibilitem a formação profissional com perfil crítico para atuar nas diferentes expressões da questão social: a dimensão teórico-metodológica, a dimensão ético-política e a dimensão técnico-operativa.

“Não podemos abandonar a articulação trabalho e formação, e seguir aprofundando o antirracismo como elemento transversal dessa relação, no currículo, na política de extensão, na articulação com movimentos e formação permanente”, concluiu.

Sueli Nascimento, professora de Serviço Social da UFAL – Palmeira dos Índios, destacou a necessidade dessa articulação no cotidiano do Curso de Serviço Social. “Se aprofundarmos essas reflexões em nosso cotidiano profissional, conseguiremos avançar consideravelmente na formação em Serviço Social”, sinalizou a assistente social.

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