O Conselho Regional de Serviço Social de Alagoas 16ª Região (CRESS-AL) participou, na tarde desta segunda-feira (14), de uma reunião promovida pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas, no Núcleo de Proteção Coletiva, com o objetivo de discutir estratégias para o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no estado. O encontro contou com a presença da presidente do CRESS-AL, Valéria Coêlho, da conselheira e coordenadora da Comissão de Seguridade Social, Jonorete de Carvalho Benedito, e da assistente social Maricélia Santana, que integra a Comissão, além de assistentes sociais que representam outras entidades.

A reunião, organizada pelos defensores públicos Marcelo Barbosa Arantes e Roberta Gisbert de Mendonça, reuniu também representantes de diversas entidades e movimentos sociais que atuam na defesa da saúde mental e dos direitos humanos, como o Conselho Estadual de Saúde, Conselho Regional de Medicina (CREMAL), Conselho Regional de Psicologia 15ª Região (CRP-15), Fórum em Defesa do SUS, Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (RENILA), Movimento Popular de Saúde (MOPS - Alagoas), além de secretarias estaduais e municipais de saúde, sindicatos, associações de usuários e familiares.

Durante o encontro, ganhou destaque o compromisso com a desinstitucionalização de pessoas com transtornos mentais, a proposta de desativação definitiva do Hospital Escola Portugal Ramalho e a urgência na implantação de novos CAPS 24h em Alagoas, pautas amplamente acolhidas pela maioria das e dos participantes.

Para Jonorete de Carvalho, a reunião reforçou a importância da atuação conjunta entre as instituições e movimentos sociais: “Foi extremamente produtivo, especialmente por evidenciar a urgência de unirmos forças no enfrentamento aos estigmas e preconceitos que ainda recaem sobre as pessoas com transtornos mentais. É fundamental fortalecer a luta antimanicomial por meio da implementação de práticas de atendimento, que superem de forma definitiva a lógica da institucionalização e garantam o respeito aos direitos historicamente conquistados ao longo do tempo”, afirmou.

CFESS Manifesta em defesa da Luta Antimanicomial e dos direitos em saúde mental

O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) em seu manifesto de 2022, em alusão ao 18 de Maio — Dia Nacional da Luta Antimanicomial —, reafirma o compromisso da categoria com a defesa de uma política de saúde mental baseada no cuidado em liberdade, nos direitos humanos e na superação do modelo manicomial. O documento destaca os retrocessos enfrentados nos últimos anos, como o esvaziamento da política de saúde mental, cortes de financiamento e tentativas de retorno à lógica centrada na internação e no isolamento em instituições psiquiátricas.

O manifesto ressalta a importância da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) como estratégia fundamental na consolidação da Reforma Psiquiátrica, defendendo a ampliação de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), residências terapêuticas e outros serviços territoriais. O CFESS também denuncia o racismo institucional, o capacitismo, a LGBTQIAPN+fobia e outras formas de opressão que atravessam o cuidado em saúde mental, defendendo uma atuação profissional anticapacitista, antimanicomial e comprometida com a justiça social.

Por fim, o texto convoca assistentes sociais e a sociedade civil a se somarem às mobilizações do 18 de Maio, fortalecendo o movimento antimanicomial e a resistência coletiva em defesa de uma sociedade sem manicômios. O CFESS reforça que a luta é cotidiana e que o cuidado em liberdade não é apenas uma diretriz técnica, mas um princípio ético-político da profissão e um direito inegociável das pessoas em sofrimento psíquico.

Clique e baixe o CFESS Manifesta: clique aqui e baixe.

#DescriçãodaImagem: card com fundo verde e detalhes, logo e título na cor branca. Há ainda, 3 imagens da reunião nas quais aparecem os participantes ao redor de uma mesa na foto 1; na foto 2 há as representantes do CRESS-AL e na imagem 3, está a presidente do regional no momento de fala.