O Seminário do Serviço Social, realizado no dia 3 de novembro, foi um dos grandes destaques da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Em sua 7ª edição, o evento — fruto da parceria entre a UFAL, o CRESS-AL e a Editora Cortez — reuniu importantes nomes do Serviço Social e do Direito em um debate aprofundado sobre as contradições do capitalismo, o racismo estrutural e as lutas por direitos em um contexto marcado por retrocessos sociais e políticos.

A programação começou pela manhã, com a palestra do professor Guilherme Gomes Ferreira, autor do livro Dissidências sexuais e de gênero e o marxismo. Em sua fala, Ferreira destacou que “pensar o marxismo a partir das dissidências é romper com a ideia de sujeito universal e compreender que a emancipação humana só é possível quando a diversidade é reconhecida como parte da classe trabalhadora”. A reflexão trouxe à tona a necessidade de incluir as múltiplas expressões da diversidade humana na análise crítica das estruturas sociais, reafirmando o compromisso ético-político do Serviço Social com a defesa da igualdade e da liberdade.

À tarde, a juíza Marcele Praseres Soares abordou o tema A participação dos negros na formação da classe trabalhadora brasileira, também título de sua obra. A palestrante ressaltou que “a história da classe trabalhadora no Brasil é inseparável da luta negra por reconhecimento e justiça social”, apontando que compreender o papel dos povos negros na construção das relações de trabalho é essencial para a formulação de políticas públicas antirracistas e para o fortalecimento da democracia. Sua exposição foi marcada por uma análise sensível e contundente sobre o racismo estrutural e os desafios da representatividade nos espaços de poder.

Encerrando o seminário, a professora Ivanete Boschetti apresentou a conferência Capitalismo em crise, avanço da extrema direita e expropriação de direitos, obra que também dá nome ao seu livro. Em um dos trechos citados durante a palestra, Boschetti afirmou que “em tempos de ofensiva neoliberal, o Serviço Social é convocado a reafirmar sua perspectiva crítica e seu compromisso com os direitos da classe trabalhadora”. A autora destacou o papel estratégico da categoria na resistência ao desmonte das políticas sociais e na defesa de um projeto societário comprometido com a justiça e a emancipação humana.

O evento foi encerrado com um momento de debate, reunindo estudantes e profissionais em um espaço de troca e reflexão. Para as/os participantes, o seminário reafirmou o compromisso histórico do Serviço Social com a formação crítica, a defesa dos direitos humanos e o enfrentamento das desigualdades sociais — princípios que dialogam com o espírito transformador da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, espaço de encontro entre conhecimento, cultura e ação política.

#DescriçãodaImagem: card com fundo marrom escuro, detalhes em vermelho, amarelo e verde. Centralizadas, há as imagens da atividade: das participantes da mesa de abertura, do e das palestrantes, do/a mediador/a, numa das salas, com cadeiras pretas e participantes sentados/as, além do título da matéria, bem como as logos da Bienal, Ufal, FSSO, Editora Cortez e do CRESS-AL.